quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Megaoperação de mais de 20h consegue endireitar o Costa Concordia

O navio de cruzeiro Costa Concordia foi endireitado na madrugada desta terça-feira, às 4h locais (23h de Brasília da segunda-feira), e as operações de rotação da embarcação terminaram com sucesso, após 19 horas, anunciou o chefe da Defesa Civil, Franco Gabrielli, citado pela emissora italiana Rai. “O navio está agora apoiado sobre a plataforma e marcamos um ponto decisivo para afastá-lo da Ilha de Giglio”, acrescentou Gabrielli.
Com o toque das sirenes, se anunciou que a operação tinha sido um sucesso, apesar de ter durado mais que o previsto. O navio, de 114,5 mil toneladas, 290 metros de comprimento e 17 andares de altura, já estava na posição vertical sobre a plataforma submarina que foi construída nos meses anteriores.
O chamado “parbuckling“, o termo técnico com o qual se conhece esta operação de endireitar uma embarcação, foi iniciada pela sociedade americana Titan Salvage em conjunto com a italiana Micoperi, empregou 500 pessoas e teve um custo de 600 milhões de euro para a Costa Cruzeiros, proprietária do Costa Concordia.
Um vídeo com um timelapse feito pela BBC mostra todo o processo:

    Uma forte tempestade atrasou por três horas o início da operação mais cara e complexa da história italiana. O Costa Concórdia começou a ser endireitado às 9h. Só por volta do meio-dia deu para perceber que o gigante de 300 metros e 17 andares de altura estava finalmente se movendo, depois de 20 meses virado e encalhado. Durante 10 horas, vários macacos hidráulicos esticaram os cabos de aço unidos ao casco do navio para levantá-lo, enquanto outros cabos, conectados a 13 torres davam equilíbrio ao barco. Os momentos mais incertos e que atrasaram os trabalhos foram durante as primeiras horas, quando o cruzeiro tinha que ser desencalhado e separado das rochas do fundo do mar para começar a ser endireitado.
Outra grande preocupação, sobretudo para os habitantes da Ilha de Giglio, era o possível impacto ambiental que poderia ter a operação para endireitar o navio, mas a presidente do Observatório Ambiental, Maria Sargentini, comunicou que não houve vazamentos e que não haverá “bomba ecológica”.
A preocupação se concentra agora no lado do casco que se encontra bastante deformado e isto acrescentará dificuldade para a instalação das 15 boias-estabilizadoras, iguais as que foram instalados do outro lado, que servirão para fazer o navio flutuar. Quando estiverem instaladas, e ainda não se sabe quando, se dará o empurrão para flutuar o navio e poder transferi-lo.
Franco Gabrielli assegurou que, após a primeira inspeção de hoje, o estado do navio é melhor do que esperavam, mas “ainda há muito trabalho a fazer”. O responsável da Defesa Civil confirmou que o navio não sairá do mar de Giglio até o ano que vem e que ainda continuam buscando um porto, não muito distante, capaz de receber o enorme cruzeiro para seu desmantelamento.
Para Gabrielli, é prioridade a busca dos dois corpos que ainda não foram encontrados, a passageira Maria Grazia Trecarichi e o membro da tripulação Russel Rebelli.




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